Beleza, história e culinária: conheça Salvador

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Imagens aéreas de Salvador - Roteiro da FIFA Na Foto: Fotos: Robson Mnendes / AGECOM

A capital do estado da Bahia é um dos destinos mais ricos do Brasil quando o assunto é cultura e tradição. Não há quem faça uma viagem a Salvador e não volte completamente apaixonado por todas as belezas que a cidade tem a oferecer.

Salvador vibra com a fé e a energia do povo baiano, além de toda a história que habita suas ruas e o sincretismo religioso e cultural que fazem parte da identidade da cidade.

Se você busca um destino que mescla belezas naturais, monumentos históricos, arte, cultura e culinária tipicamente brasileiras, além de tudo o que uma cidade grande pode oferecer, Salvador é a sua escolha.

Acompanhe o nosso post de hoje e saiba tudo sobre a cidade:

Viagem a Salvador: um mergulho cultural e histórico

A região onde hoje se encontra a capital da Bahia, o maior estado do Nordeste, foi um dos primeiros lugares a serem explorados no início da colonização do Brasil e, durante mais de 250 anos, Salvador foi também a capital do país.

Por volta do ano de 1501, o colono Gonçalo Coelho chegou ao território em que hoje se encontra a cidade, que, até então, era habitado por índios Tupinambás. Mais tarde, em 1510, o português Diogo Álvares Correa, também conhecido como Caramuru, sobrevivente de um naufrágio, se estabeleceu nas terras que se tornaram a cidade de Salvador.

Cerca de 35 anos depois, o território conhecido como capitania da Bahia de Todos os Santos é adquirido pela Corte de Portugal, com o intuito de povoá-la. Com isso, em 1549, inicia-se a construção da cidade de São Salvador, com o intuito de se tornar a capital administrativa do Brasil.

A cidade permaneceu como a capital brasileira até meados de 1763, quando o título foi transferido para o Rio de Janeiro. Entretanto, Salvador continuou sendo um ponto estratégico e economicamente importante para o país, visto que era o ponto principal de ligação das rotas para a Ásia e África, estabelecendo-se como um dos principais pontos do mercado escravocrata.

Esse, inclusive, é um fato que influenciou fortemente a construção da identidade e da cultura da cidade de Salvador. Os negros escravizados que chegavam à cidade trouxeram hábitos e tradições afrodescendentes que passaram a constituir inúmeros aspectos da arte, religião, música, dança e culinária do Brasil — particularmente, da região de Salvador.

O sincretismo das tradições de tribos africanas com a cultura europeia e a herança indígena criaram um contexto cultural único que faz parte da identidade da cidade e de seus habitantes.

Isso é especialmente notório quando o assunto é religiosidade — um dos pontos que mais se destaca em toda a cidade.

Salvador respira fé e religiosidade, tanto nas tradições do dia a dia de seus cidadãos, quanto em suas construções arquitetônicas, festas e celebrações. Tudo isso, é claro, sempre mesclando de forma única as tradições católicas às religiões de matrizes africanas, como o Candomblé e a Umbanda.

Raízes e Tradição afro-brasileira

Junto a todo o sofrimento e devastação causados pelo regime de escravidão, os escravizados carregaram dentro de si as raízes da cultura afro trazidas, especialmente do Sudão, do Congo e de Angola. E as heranças dos navios negreiros que desembarcavam em Salvador vão além da cultura: ainda hoje, Salvador tem a maior população negra fora do continente africano.

Isso faz com que a cidade seja marcada por muitos aspectos da tradição afro-brasileira, com grande diversidade de manifestações artísticas e religiosas, além de pratos típicos fortemente influenciados pela culinária trazida pelos negros escravizados — sobre a qual falaremos mais detalhadamente no próximo tópico!

A cidade é riquíssima em quantidade de igrejas e terreiros, que convivem em harmonia e, inclusive, compartilham fiéis. O Candomblé, religião de matriz africana cujas divindades são os Orixás, é uma das principais heranças deixadas pelos africanos trazidos ao Brasil e que se mantém forte até os dias de hoje.

Mesmo tendo sido perseguido pela Igreja Católica durante muitos anos, o Candomblé, tal qual a Umbanda, se manteve na tradição de Salvador. Hoje em dia, estima-se que haja mais de 2.200 terreiros na cidade.

Outra herança cultural de origem africana e que é parte integrante da identidade, não só de Salvador, mas do Brasil, é a Capoeira. Antes de mais nada, vale ressaltar que a Capoeira não é mais uma luta como em suas origens, mas um jogo que mescla movimentações de combate e dança, regida pela musicalidade de tambores e do berimbau.

Os instrumentos de origem africana também estão fortemente presentes na música típica, como o famoso Samba de Roda da Bahia.

A brincadeira do Maculelê, também trazida por povos da África, que mistura o canto, a dança e os tambores, também é um forte legado na cultura de Salvador — inclusive, parte da celebração de Nossa Senhora da Conceição, a santa padroeira da Bahia.

As vestimentas típicas das Baianas também remetem fortemente às tradições africanas. O uso de colares de contas e conchas, os turbantes e, inclusive, a cor branca — que é muito usada pelos fiéis nos dias de celebração e nas sextas-feiras, dia de Oxalá, o Orixá criador.

Pratos e ingredientes típicos

Como dissemos anteriormente, as raízes africanas também são bastante fortes na culinária típica da Bahia, trazendo ingredientes tradicionais como o leite de coco, o azeite de dendê e a pimenta.

O acarajé é, sem dúvidas, o principal prato da culinária baiana, e não há lugar melhor para experimentar essa iguaria do que Salvador. O acarajé é feito com um bolinho de feijão-fradinho frito no azeite de dendê e recheado com vatapá, caruru, vinagrete, camarão seco e, é claro, a típica pimenta baiana.

Quando cozido, o bolinho de feijão-fradinho usado para o acarajé leva o nome de abará. O abará é embrulhado em folha de bananeira e cozido em banho-maria, o que torna o seu sabor mais suave do que o do acarajé.

Outros pratos típicos da culinária encontrada em Salvador tem como base os ingredientes de origem africana e frutos do mar, como o bobó de camarão e a moqueca baiana.

Mas a influência lusitana também não fica de fora da cozinha tradicional da Bahia. O famoso sarapatel, um cozido de vísceras e sangue talhado de porco, é um prato típico do estado que tem suas origens na culinária portuguesa.

Para quem gosta de doces, a cozinha baiana também é um prato cheio! O famoso Mungunzá, cozido de milho com leite de coco e açúcar, e o arroz-doce, são bastante conhecidos também fora do estado.

O beiju é outra iguaria famosa da região. De origem indígena, a sobremesa é feita à base de farinha de mandioca assada, usada também para as tapiocas.

E o que não falta em Salvador são as Baianas com seus tabuleiros repletos de doces como o quindim e as cocadas brancas e escuras que dão água na boca dos turistas que visitam a cidade. Não dá pra deixar de experimentar!

Principais pontos turísticos da cidade

A capital baiana é repleta de atrações de todos os tipos, desde eventos artísticos e culturais a monumentos e construções arquitetônicas que datam dos tempos da colônia. Para se ter uma noção, Salvador tem, nada mais, nada menos, que 372 igrejas.

Abaixo, listamos alguns dos principais pontos turísticos que você não pode deixar de conhecer em sua visita a Salvador. Confira:

Igreja do Nosso Senhor do Bonfim

Um dos maiores símbolos do sincretismo religioso da Bahia, a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim é um dos pontos mais visitados pelos turistas que chegam a Salvador.

Lá, são oferecidas as tão famosas fitinhas do Bonfim, que servem como um amuleto de sorte e boas realizações para quem visita a Basílica.

Segundo a tradição, a fita do Bonfim deve ser enrolada duas vezes no punho e amarrada com três nós, concedendo a quem a usa três pedidos. Cada uma das cores das fitas representa um dos Orixás do Candomblé.

A Igreja também é cenário da famosa lavagem das escadarias, que acontece no dia 2 de fevereiro, dia de Iemanjá.

Pelourinho

O Pelourinho é, sem dúvidas, o bairro mais famoso da capital baiana. Localizado na parte histórica da cidade, o bairro foi locação para diversos filmes e, inclusive, um clipe do Rei do pop, Michael Jackson.

Seu nome tem como origem uma antiga ferramenta de tortura usada para punir escravos em praça pública, constituída de uma parede de pedras com argolas para açoite.

O Pelô, como é carinhosamente chamado, é repleto de casarões coloridos que se tornam um belíssimo cenário para os turistas. O bairro também é palco de atrações artísticas e culturais, além de contar com diversas lojas, restaurantes, museus, teatros e muito mais.

Lá também estão localizados o Terreiro de Jesus e a Igreja de São Francisco. No carnaval, as ruas do Pelô se tornam palco para o tradicional bloco Filhos de Gandhi.

Centro Histórico

O Centro Histórico de Salvador é tipicamente conhecido por suas ladeiras e construções arquitetônicas preservadas no estilo barroco e abrange famosos bairros da cidade, como o Pelourinho, a Sé e o Largo do São Francisco.

Ele está localizado na área antigamente cercada pelos muros da cidade, que demarcavam o território de São Salvador nos tempos coloniais.

No Centro Histórico, estão localizados monumentos como a praça da Sé, a Catedral Basílica, o Elevador Lacerda, a praça Castro Alves, o Largo do Terreiro de Jesus, além de várias Igrejas, praças e museus. Lá, também se encontra a sede da Câmara dos Vereadores.

Elevador Lacerda

O Elevador Lacerda é um dos cartões-postais da Bahia e uma atração imperdível para quem visita o Centro Histórico de Salvador. O monumento, inaugurado em 1873, foi batizado pelo nome de seu idealizador, o empresário Antônio Lacerda.

A construção tem cerca de 73 metros de altura e conta com duas cabines, com capacidade para 128 pessoas. Com viagens de pouco mais de 20 segundos de duração, o elevador está entre a Praça Tomé de Sousa e a Praça Cayru, ligando a Cidade Alta ao Bairro do Comércio.

Ele funciona 24 horas por dia e transporta milhares de pessoas por mês. Vale a pena conhecer!

Praia de Itapuã

Cenário que serviu de inspiração para a famosa composição de Vinícius de Moraes e Toquinho, a praia de Itapuã é uma belíssima representante das belezas naturais da cidade.

Com águas esverdeadas, areia branca e muitas piscinas naturais, Itapuã é uma boa pedida para quem deseja relaxar e curtir uma tarde de sol.

Além do famoso farol do local e da Igreja Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, ainda há uma estátua de bronze em homenagem ao compositor baiano Dorival Caymmi.

Recentemente, a orla de Itapuã foi revitalizada e oferece aos turistas uma estrutura completa de lazer, com mirante, ciclovia e um parque reservado para crianças.

Casa do Rio Vermelho

O Memorial Casa do Rio Vermelho está localizado na antiga morada do célebre casal de escritores Zélia Gattai e Jorge Amado. A casa foi aberta para visitação e ser tornou um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade, preservando a memória e a obra de Zélia e Jorge.

Além da decoração original da casa, a construção abriga um acervo que conta a história do casal que marcou a literatura contemporânea brasileira.

No belíssimo jardim da residência, é possível visitar o local onde estão enterradas as cinzas dos escritores.

Circuito Barra-Ondina

É claro que não poderíamos deixar de fora um das maiores atrações da cidade de Salvador: o carnaval! Quem busca a capital para curtir a folia no mês de fevereiro, o circuito Barra-Ondina é parada obrigatória.

Palco dos shows dos maiores cantores de Axé da Bahia, o Circuito Dodô, como também é conhecido, tem cerca de 4 km de extensão e vista para a Bahia de Todos os Santos.

Durante o carnaval, ele recebe trios de artistas como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Chiclete com Banana, Carlinhos Brown e muitos outros.

Não há dúvidas de que a capital baiana é um dos destinos turísticos mais imperdíveis do Brasil, não é mesmo? A cidade respira cultura, história e tradição, além de muitas belezas naturais misturadas à estrutura de uma grande metrópole.

E como se ainda faltassem bons motivos para fazer uma viagem a Salvador, os soteropolitanos, como são chamados os nativos de Salvador, são gentis, calorosos e acolhedores, sempre de braços abertos para receber os turistas que chegam na cidade.

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