Fragmentos de óleo foram encontrados nas praias das Conchas e do Peró, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, na tarde desta quinta-feira (28).
Segundo a Prefeitura, o material foi recolhido por agentes da Secretaria de Meio Ambiente e encaminhado para a Capitania dos Portos, que levará para análise na Marinha.
Ainda de acordo com o município, o laudo vai apontar se o o óleo tem relação ou não com o material que atingiu praias do Nordeste, do Espírito Santo e do Norte Fluminense. A expectativa é de que o resultado seja divulgado nesta sexta (29).
O órgão acredita que o óleo coletado seja resquício de um vazamento que aconteceu em abril após incidente na plataforma Marlim Leste, na Bacia de Campos.
Segundo a Prefeitura, as praias já estão limpas e liberadas para banho.
Na quarta (27), um material escuro parecido com o óleo que atingiu a costa do Nordeste apareceu na Praia do Forte, mas a Prefeitura disse que fez análises e descartou que seja óleo.
O Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), confirmou a presença do óleo que atingiu o Nordeste em duas praias do Rio: Grussaí, em São João da Barra, e Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana, ambas no Norte Fluminense.
Foram encontrados aproximadamente 300 gramas do material em Grussaí e 20 gramas em Santa Clara.
Segundo o GAA, as praias já estão limpas e equipes fazem o monitoramento. Ainda de acordo com o grupo, até o momento, não foram encontrados novos vestígios de óleo no estado do Rio.
As primeiras manchas de óleo foram localizadas na Paraíba em 30 de agosto. Desde então, o óleo já foi visto em mais de 700 localidades. Entre os municípios do litoral nordestino, principal região do Brasil atingida, 72% dos municípios tiveram praias afetadas.
Durante mais de um mês, o óleo ficou concentrado em praias de oito estados: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Um marco na cronologia da crise ocorreu em 3 de outubro, quando o óleo chegou ao litoral da Bahia. Depois disso, no começo de novembro, no dia 8, a Marinha apontou que fragmentos chegaram ao Espírito Santo. Em quase três meses de desastre, os dados mostraram que a cada 10 locais atingidos, 3 voltaram a apresentar manchas de óleo após limpeza no Nordeste. Nas semanas recentes, o ritmo da reincidência diminuiu e aumentou o número de localidades afetadas por fragmentos classificados como “esparsos” pela força-tarefa.
Oito dos 11 estados afetados pela manchas de óleo que contaminam o litoral brasileiro desde agosto estão destinando os resíduos para aterros sanitários ou fábricas de cimento que reaproveitam o material.