Fragmentos de óleo são encontrados em praias de Ipojuca e Tamandaré durante ação da Marinha e CPRH

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A Marinha do Brasil e a Agência Pernambucana do Meio ambiente (CPRH) informaram, nesta segunda (22), que foram encontrados fragmentos de óleo em três praias de duas cidades do estado. A ação ocorreu em Cupe e Muro Alto, em Ipojuca, no Grande Recife, e em Tamandaré, no Litoral Sul. A CPRH atestou, por nota, que o “material encontrado é proveniente de manchas de petróleo que atingiram o litoral do nordeste e parte sudeste do país, no ano passado”.

Em 31 de outubro de 2019, o governo pernambucano informou que havia retirado 1.561 toneladas de óleo do litoral do estado, desde o dia 17 do mesmo mês. Mais de 1 mil localidades do litoral do Nordeste e dos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro foram atingidas por manchas de óleo desde o primeiro avistamento, em 30 de agosto.

Nesta segunda, A CPRH informou que equipes do governo e da Capitania dos Portos e do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fizeram vistorias nas áreas, durante a manhã.

Na ação, informou a agência, “foi constatado o aparecimento de fragmentos de petróleo na areia dessas praias”. Amostras do material foram coletadas para análise.

Cupe e Muro Alto ficam nas proximidades de Porto de Galinhas, uma das praias mais visitadas do Brasil. Nessas duas áreas, assim como em Tamandaré, foram localizadas manchas de petróleo, no ano passado.

Fragmentos foram removidos das praias do estado — Foto: CPRH/Divulgação

Fragmentos foram removidos das praias do estado — Foto: CPRH/Divulgação

O diretor de Controle de Fontes Poluidoras da CPRH, Eduardo Elvino, informou que, em Ipojuca, os fragmentos foram encontrados entre o Pontal de Cupe e a região dos corais, em Muro Alto.

Ele disse, ainda, que foram achados fragmentos em toda a faixa linear de areia, em uma extensão de 1,5 quilômetro a 2 quilômetros. Ele atestou que as características são semelhantes ao do material recolhido em 2019.

Ainda de acordo com a agência, o material estaria sedimentado no leito ou preso nos corais, chegando às areias das praias devido a uma combinação de fatores meteorológicos, que reviraram o fundo e soltaram os fragmentos.

“Nos últimos cinco dias, essa região registrou marés de sizígia, que geram grandes variações; uma maior intensidade das correntes marítimas devido à época do ano; e a chegada de um Swell com ventos acima de 20 nós”, disse a nota da CPRH.

A agência informou, ainda, que está orientando os municípios para que “os fragmentos sejam recolhidos e acondicionados em tonéis e enviados para aterros industriais ou destinados à reciclagem”

Em 2019, todo o material recolhido foi enviado para uma usina de produção de cimento, em Igarassu, no Grande Recife.

De acordo o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti, “vestígios de óleo vêm sendo observados sempre que ocorrem grandes marés e eles aparecem em forma de pequenos aglomerados de piche, areia e fragmentos de conchas”.

Isso, segundo ele, é um indicador de áreas impactadas por óleo, “sendo o fenômeno considerado uma das fases do pós-vazamento”.

Por isso, a secretaria tem solicitado à Marinha do Brasil a entrega dos relatórios finais das ações emergenciais e dos sete Grupos de Trabalho. Ainda segundo o secretário, essas informações seriam fundamentais no processo de monitoramento e eventual recuperação das áreas atingidas.

Para Bertotti, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Óleo, em andamento no Congresso Nacional, poderia ajudar nas investigações que não foram conclusivas nem pela Polícia Federal nem pela Marinha quanto ao volume e à origem do petróleo vazado.

Marinha

Também por meio de nota, a Marinha confirmou que “pequenos fragmentos de óleo foram avistados e removidos em praias de Ipojuca”. O G1 questionou a quantidade de material localizado, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Ainda segundo a Marinha, uma Equipe de Inspeção Naval realizou a limpeza, assim como a coleta do material, que foi enviada para análise no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), no Rio de Janeiro.

A ação contou com a presença de representantes da ONG “Salve Maracaipe”. A Capitania dos Portos disse também que “mantém o procedimento de monitoramento, de forma rotineira, das praias do litoral pernambucano”.

A Marinha recomendou que a população deve repassar informações para as autoridades, caso encontre fragmentos ou manchas de óleo.

A Marinha informa que a comunicação deve ser feita por meio do disque 185. Contato Assessoria de Comunicação Social do Comando do 3º Distrito Naval Telefones: (84) 3216-3048/(84) 98157-6648 E-mail: [email protected].

 

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