Nascimentos de tartarugas são fechados ao público em Noronha devido à pandemia da Covid-19

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Apesar de a temporada de nascimentos de tartarugas marinhas em Fernando de Noronha ter começado, o Projeto Tamar não tem realizado a abertura de ninhos com a presença de moradores e turistas. A suspensão da atividade pública ocorreu por causa da pandemia da Covid-19.

Nos últimos anos, o nascimento das tartarugas passou a atrair um público cada vez maior, chegando a reunir mais de 300 pessoas. O Tamar usava a atividade como forma de educação ambiental.

“Nós suspendemos a atividade aberta ao público para evitar aglomeração neste momento delicado da pandemia do novo coronavírus. Dessa forma, fazemos a nossa parte”, afirmou a bióloga Rafaely Ventura, coordenadora do Projeto Tamar na ilha.

A bióloga Rafaely Ventura contabilizou as tartarugas de um ninho na Cacimba do Padre — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo

A bióloga Rafaely Ventura contabilizou as tartarugas de um ninho na Cacimba do Padre — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo

A coordenadora explicou que o trabalho de pesquisa segue com o monitoramento das praias. O período reprodutivo das tartarugas marinhas, da espécie Chelonia mydas, vai de dezembro a junho em Noronha.

Nesse período, até esta quarta-feira (10), foram registrados 138 ninhos na ilha. A expectativa dos estudiosos é chegar aos 200 ninhos até o final da temporada.

Nesta quarta-feira (10), o projeto fez a abertura do ninho número 13, na Praia Cacimba do Padre. A taxa de nascimento foi considerada pequena, de menos de 15%.

No ninho número 13, na Praia Cacimba do Padre, 71 ovos não eclodiram  — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo

No ninho número 13, na Praia Cacimba do Padre, 71 ovos não eclodiram — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo

Do total de 97 ovos, nasceram 15 tartarugas, 71 ovos não eclodiram e onze foram natimortos, ou seja, os animais tentaram nascer, mas não conseguiram. O baixo índice não preocupou os pesquisadores.

“A taxa de eclosão não foi boa. Nessa espécie, a taxa de nascimento é de 75%. O baixo aproveitamento é normal, aconteceu por condições naturais. Pode ter ocorrido por conta das raízes das árvores ou o mar pode ter levado o ninho”, disse o biólogo Afonso Nascimento.

Praia do Leão

 

A Praia do Leão, que sempre foi responsável pela maioria dos ninhos, registrou, nesse período, 65 desovas, contra 73 ninhos das praias do chamado mar de dentro, região de desova que vai do Sancho até a Praia da Conceição.

“A temporada não acabou. Nós acreditamos que muitas desovas ainda vão ser registradas na Praia do Leão”, afirmou Rafaely Ventura.

A coordenadora do Tamar disse que as tartarugas que depositam os ninhos na região do mar de dentro devem ter nascido nessas mesmas praias.

“Essas tartarugas provavelmente nasceram nas praias do mar de dentro e agora, 30 anos depois, retornaram para desovar. Vamos acompanhar as temporadas para ver o que acontece nos próximos anos”, declarou a bióloga.

 

 

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