‘Nossa ideia é que fique melhor do que está hoje’, diz Crivella sobre proposta de demarcar praias

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O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) disse nesta terça-feira (11) que a proposta de delimitar espaço nas praias em quadrantes tem o objetivo de evitar a aglomeração de pessoas na faixa de areia. Segundo ele, as regras da medida devem ser publicadas nos próximos dias.

“A nossa ideia é que fique melhor do que está hoje. Hoje, é aglomeração, sem máscara, e isso não é bom”, disse o prefeito.

Prefeitura pretende impedir aglomeração nas praias, como o registrado nos últimos fins de semana — Foto: Reprodução/TV Globo

Prefeitura pretende impedir aglomeração nas praias, como o registrado nos últimos fins de semana — Foto: Reprodução/TV Globo

Crivella destacou que a ocupação dos espaços será feita por ordem de chegada. O aplicativo deverá ser usado por idosos e pessoas com deficiência, “porque elas não podem ficar na fila”. Os quadrantes, explicou, serão demarcados com faixas que serão entregues aos banhistas.

“Cada um vai ter o seu quadrado. Chegou na praia no local demarcado, pega o quadrado, leva para areia e fica ali só ele e a família dele. O outro quadrado vai ter que estar em uma distância de dois, três passos daquele ali. As regras todas vão ser publicadas”, explicou.

Crivella disse que as regras estão sendo definidas pelo Comitê Científico e deverão ser publicadas “nos próximos dias”.

“Ainda que não seja ideal [liberar a recreação nas praias agora], hoje é o pior dos mundos, porque as pessoas estão se aglomerando sem uso de máscara”, enfatizou.

Questionado sobre como a prefeitura pretende impedir a superlotação das praias, Crivella disse “contar com a imprensa e com o nível de educação do nosso povo”. Ele admitiu que o poder público não consegue fiscalizar de forma efetiva o cumprimento das regras. “Nós estamos tentando fiscalizar, mas é muita gente”, disse.

Críticas à proposta

A proposta da prefeitura tem sido criticada por especialistas e também pelos banhistas. Para o infectologista Roberto Medronho, a medida deve ter efeito inverso, promovendo maior aglomeração nas praias.

“Se nós já estávamos tendo aglomerações com a faixa de areia proibida, agora eu acredito que aumente a aglomeração nestes espaços, pela falta de fiscalização e pelo fato das pessoas irem à praia com uma das grande motivações de encontrar outras pessoas”, disse.

O médico destacou, ainda, que é possível ocorrer um aumento de casos de Covid-19 diante da liberação das praias para recreação.

“O não uso da mascara, muito comum em função da exposição à radiação solar, pode fazer com que haja uma maior proliferação do vírus da Covid-19”, destacou Medronho.

Banhistas ouvidos pelo RJ1 disseram acreditar que dificilmente o distanciamento proposto será respeitado. “Como vai funcionar um delimitador em uma praia pública?”, questionou um homem.

“O problema é querer passar a responsabilidade para uma outra pessoa, uma empresa, uma terceirização”, argumentou uma banhista que criticou a incapacidade de fiscalização por parte da prefeitura.

“E aí? O meu quadrado começa na minha areia e termina no meu mar? Eu acho que tem que ter uma forma mais inteligente, considerando as questões reais”, ironizou outra banhista.

“Não pode dar certo. Daqui a pouco as pessoas vão estar terceirizando os quadrados”, apontou outra mulher.

Projeto piloto em Copacabana

Nesta segunda-feira (10), o superintendente de Educação e Projetos da Vigilância Sanitária, Flávio Graça, afirmou que Copacabana, na Zona Sul, deverá ser o primeiro bairro a receber um “projeto piloto” da medida.

Segundo ele, a prefeitura pretende instalar “quadrantes” nas praias, que seriam estabelecidos com fitas de marcação – como as faixas usadas para delimitar quadras de esporte. Serão, de acordo com o superintendente, conjuntos de quadrados que poderão ser ocupados pela população.

Graça acrescentou que o município não espera ter custos com a fabricação ou colocação das fitas. Isso porque a prefeitura quer que empresas parceiras arquem com esses valores. A princípio, os quadrantes serão colocados pela manhã e retirados no final do dia.

Quatro pessoas por quadrante

A proposta também limita o número de pessoas por quadrado. Segundo Graça, a ideia é que em cada espaço fique um grupo de até quatro pessoas.

“Um grupo da mesma família e que possa permanecer ali com uma certa segurança, mantendo o afastamento”, frisou o superintendente.

De acordo com a proposta, 30% dos quadrantes seriam disponibilizados de graça via aplicativo, pelas empresas parceiras. Os outros 70%, detalhou o superintendente, estariam na praia para as pessoas ocuparem “por ordem de chegada”.

“As pessoas que chegarem vão poder ocupar aquele dispositivo. E quando ela não quiser mais usar, ela sai e dá lugar a outros. E uma parte vai poder alugar através do aplicativo“, explicou.

Anúncio no fim de julho

Crivella anunciou a proposta de reservar a faixa de areia em coletiva de imprensa no último de julho. Segundo o prefeito, era estudado um sistema para que isso ocorresse via celular.

Entretanto, no início do mesmo mês, o prefeito havia dito que a presença de banhistas na areia só seria liberada depois que uma vacina contra a Covid-19 fosse descoberta.

“Nós estamos fazendo um planejamento para que, na hora que for possível ficar na areia, as pessoas reservem pelo celular um espaço e a praia será demarcada. Para que aqueles que chegarem mais cedo possam ocupar esses espaços”, afirmou.

 

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