O que pode e o que não pode fazer na reabertura de praias de Salvador

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Guarda Municipal será a responsável por fiscalizar descumprimento das regras estabelecidas pela Prefeitura

Fã de praias colombianas de cidades como Cartagena das Índias e San Andrés, o intercambista Juan Pablo Gomez Ardila, 18, chegou a Salvador em março ansioso para curtir as praias soteropolitanas. Só que o desejo ‘flopou’ e o colombiano está há 6 meses enfurnado em sua casa, no bairro da Saúde.

Viciado em praia, ele conta que bolou várias estratégias para esquecer de seu grande amor. Bate perna na rua, lê, escreve, ouve música, desenha e se mantém de mente ocupada tanto quanto pode para “tirar essa vontade de ir à praia”. Agora ele poderá matar a saudade sem peso na consciência: a Prefeitura de Salvador anunciou nesta sexta (18) que as praias da capital baiana serão liberadas nos dias úteis. Ou seja, todas continuarão fechadas nos finais de semana e algumas também às segundas. Em dias de feriado, nenhuma poderá abrir. O uso de máscara é obrigatório enquanto a pessoa estiver na areia.

Juan assume que agora vai ficar difícil de resistir à tentação. Nem que vá sozinho, ele vai conhecer as águas dos mares soteropolitanos. Em conversa com o CORREIO, ele lamentou que não poderá ir ao Porto da Barra, uma das praias que seguirão fechadas pela Prefeitura do município.

“É uma notícia boa. Fiquei feliz de saber, ainda não sabia. Eu vou nem que seja sozinho, mas antes vou tentar chamar alguns amigos para ir comigo”, disse Juan.

A Guarda Municipal será a responsável por fiscalizar as regras impostas pela Prefeitura para liberar as praias. De acordo com o prefeito ACM Neto, a ideia é evitar multidões. “Piquenique, luau e outros eventos, por enquanto, não. Vamos para a praia tomar banho de mar, tomar um sol, e voltar pra casa. Não é hora de estar fazendo festa, comemoração e batuque na praia”, disse o chefe do executivo.

O banhista na faixa de areia deve obrigatoriamente permanecer com máscara. Caso a Guarda Municipal flagre alguém descumprindo essa regra, haverá a orientação para colocar o item ou convite para se retirar da praia em caso de insistência.

“A Prefeitura está tomando essas medidas visando a segurança e a saúde de nossos cidadãos, para que em breve possamos estar curtindo as belezas de nossa capital”, explica o inspetor da Guarda Civil Municipal (GCM), Marcelo Silva.

De acordo com a GCM, os procedimentos adotados nessa retomada são semelhantes ao que são praticados atualmente na Operação Tira o Pé da Areia. Cerca de 60 agentes por dia farão ronda nas praias orientando as pessoas que ocupam a faixa de areia ainda proibidas por Decreto a se retirar e, no caso das praias reabertas, orientando os banhistas a utilizar máscara e manter o distanciamento, por exemplo. Quem oferecer resistência a cumprir o determinado pode ser encaminhado à delegacia.

Nesse primeiro momento, a prática de atividades esportivas está liberada apenas para esporte individual ou em dupla. Não serão permitidas atividades que gerem aglomeração como piqueniques, festas e semelhantes, além de ser obrigatório o distanciamento de 1,5m por banhista.

O comércio também está proibido na faixa de areia, onde era o local de trabalho da baiana Sandra Batista. Seu tabuleiro é famoso na praia do Bogary, no Subúrbio Ferroviário. Mesmo com a indicação de liberar as praias, Sandra diz que não se anima tanto para retornar ao seu antigo ponto porque faz parte do grupo de risco e está cuidando do marido, que adoeceu e está sem renda.

A alternativa encontrada por Sandra é colocar o seu tabuleiro na porta de casa, mas ela confessa que as coisas estão difíceis. O valor do acarajé dentro do bairro não é o mesmo que o praticado nas praias. Os ingredientes estão cada vez mais caros e por isso o lucro da baiana está bem reduzido quando comparado ao que conseguia vender há seis meses.

Tem gente que já estava frequentando a praia, mesmo antes da liberação. Caio Junquilho, 30, mora em São Paulo mas desde o início da pandemia está em Salvador – sua terra Natal. Surfista e morador de Jaguaribe, ele conta que a galera do surf já estava caindo no mar em horários alternativos.

“Eu comemorei [quando soube da liberação] porque dá a entender que o número de mortos e pessoas contaminadas está descendo. É um sinal que as coisas estão voltando um pouco mais [ao normal]. Ao mesmo tempo fiquei preocupado porque nem todo o mundo toma as medidas corretas para proteger todo o mundo”, diz Caio.

Caio Junquilho mora em São Pualo mas desde o início da pandemia está na capital baiana (Foto: Acervo Pessoal)

Ele diz que o contato com a natureza e o mar são as melhores coisas que Salvador tem a oferecer e fica sentido que muita gente não possa aproveitar a praia mesmo com a liberação.

Nesse primeiro momento, o Porto da Barra, as praias do Buracão e a Paciência, as duas últimas no Rio Vermelho, continuam fechadas. Segundo Neto, na Barra os banhistas podem frequentar a praia do Farol até o Barravento.

Já São Tomé de Paripe, Tubarão, Ribeira, Amaralina e Itapuã terão funcionamento liberado apenas de terça a sexta. Todas as outras da cidade terão funcionamento de segunda a sexta. O horário é livre nos dias liberados para todas as praias.

Resumão

O que pode?
– Ir em qualquer horário de segunda à sexta. As exceções são as praias abertas de terça a sexta (São Tomé de Paripe, Tubarão, Ribeira, Amaralina e Itapuã) e as praias fechadas: Porto da Barra, Buracão e Paciência;
– Ficar na areia usando máscara e respeitando distanciamento de 1,5m por banhista, tomar sol, cair na água;
– Comércio na calçada para quem tem o ponto;
– Atividade esportiva individual ou em dupla;

O que não pode?
– Ficar sem máscara na areia;
– Comércio na faixa da areia;
– Levar cadeira, guarda-sol ou isopor para a praia;
– Eventos em geral: piqueniques, luaus e qualquer coisa que gere aglomeração;
– Frequentar as praias do Porto da Barra, Buracão e Paciência;
– Frequentar as praias de São Tomé de Paripe, Tubarão, Ribeira, Amaralina e Itapuã em dias de segunda, finais de semana e feriados;
– Frequentar qualquer praia em finais de semana e feriados.

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