Óleo nas praias está diminuindo, mas é difícil afirmar quanto ainda chegará ao litoral, diz Marinha

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O comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, afirmou nesta segunda-feira (4) que o surgimento de novas manchas de óleo no litoral do Nordeste está diminuindo, mas ainda é difícil dizer o quanto vai chegar às praias.

Puntel participou, junto com outras autoridades, de uma apresentação à imprensa no Ministério da Defesa sobre a operação para combater as manchas e identificar os responsáveis pelo derramamento. As manchas começaram a surgir no final de agosto, e praias dos nove estados da região foram afetadas.

Segundo o militar, o que dificulta a identificação do volume que ainda pode chegar é o fato de o tipo de óleo derramado ficar sob a água e não ser detectável por satélites ou aviões.

“Dizer quanto óleo ainda tem é muito difícil falar. Até porque há um arrefecimento”, afirmou. “Como o óleo vem submerso, nós não sabemos se ainda existe muita coisa ou pouca coisa. Não existe efetivamente uma maneira correta e precisa para monitorar essas manchas de óleo”, completou o almirante.
De acordo com a Marinha, o volume de manchas no litoral vem apresentando uma tendência de diminuição nos últimos dias. Na apresentação à imprensa, as autoridades disseram que, neste domingo (3), havia ocorrência de manchas em praias de três estados: Bahia, Sergipe e Alagoas. Nos outros seis estados do Nordeste, as praias afetadas não apresentavam óleo, de acordo com a Marinha.

“O que estamos vendo? Um arrefecimento real estatístico da quantidade de óleo nas praias. Há mais de cinco dias que não chega óleo nenhum em Pernambuco”, disse Puntel.

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Ainda de acordo com o governo, até a noite do domingo, 4 mil toneladas de óleo já haviam sido recolhidas de 314 localidades, em 110 municípios.

Manchas de óleo retornam à Pedra do Sal, em Salvador, nesta segunda-feira (4) — Foto: Divulgação/LimpurbManchas de óleo retornam à Pedra do Sal, em Salvador, nesta segunda-feira (4) — Foto: Divulgação/Limpurb
Manchas de óleo retornam à Pedra do Sal, em Salvador, nesta segunda-feira (4) — Foto: Divulgação/Limpurb

O almirante Puntel afirmou ainda que, como não é possível detectar quanto óleo ainda pode chegar ao litoral do país, as autoridades devem ficar “vigilantes o tempo todo”.

Ele explicou que as correntes marítimas, em constante modificação, podem levar o material, por exemplo, para países do Caribe.

“As correntes marítimas tomam rumos diferenciados. Muito óleo que poderia ou foi lançado ao mar pode ter pego o rumo das correntes da Guiana e ter se dirigido ao Caribe, talvez até em maior quantidade”, disse o almirante.

Antes da apresentação à imprensa, as autoridades fizeram um relato sobre as ações contra as manchas e a busca pelos responsáveis ao presidente Jair Bolsonaro.

Investigações
O delegado Franco Perazzoni, da Polícia Federal, também presente na apresentação no Ministério da Defesa, disse que a empresa Delta Tankers vai ser notificada para prestar informações dentro das investigações sobre o derramamento de óleo.

A Operação Mácula, deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira (1º), apontou o navio Bouboulina, de bandeira grega, como suspeito de derramar ou vazar o óleo que atingiu o litoral nordestino. A embarcação pertence à Delta Tankers.

De acordo com o delegado, a Interpol foi acionada para auxiliar na tomada de informações.

“A empresa vai ser notificada agora, vai tomar conhecimento do teor todo da investigação, e vai ser solicitada via Interpol para apresentar os documentos e as provas que alega ter. A empresa é suspeita no momento, não houve indiciamento”, afirmou o delegado.

A Polícia Federal solicitou também informações da Venezuela, onde foi abastecido o navio, de Singapura, onde teria descarregado, e África do Sul e Nigéria, países por onde a embarcação passou recentemente.

“A gente está nessa fase, aguardando as respostas das empresas, e a gente tem os próximos passos da investigação”, declarou o delegado.

Adubo para Grama

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