Pesquisa aponta que praias do Saco, Abaís e Caueira apresentaram trechos com erosão extrema

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Uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Geociências e Análises de Bacias pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), concluiu que as praias do Saco, Abaís e Caueira, no Litoral Sul de Sergipe, apresentam trechos com erosão considerada extrema.

“Em comparação com o cenário mundial, as praias do Sul de Sergipe apresentaram trechos com erosão extrema, mesmo não experimentando eventos de tempestade ou elevação do nível do mar”, disse o pesquisador João Paulo Santos, ao fazer o mapeamento e análise da costa.

De acordo com ele, o cenário mais grave é na praia do Saco, onde a erosão extrema com avanço da linha de costa. Já na Praia do Abaís houve trechos em estabilidade e crescimento, e na Praia da Caueira verificou estabilidade, erosão e erosão intensa.

A pesquisa fez ainda um cálculo da taxa de variação da linha de costa do período de 1971 até 2017, permitindo medir a erosão em metros por ano.

“Desde 2007, as perdas por erosão começaram a ser noticiadas no litoral sul de Sergipe. A partir desta data, órgãos públicos e moradores locais têm feito esforços para conter essas perdas por erosão. Em 2018, um caso bastante agravante foi relacionado à Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, localizada na praia do Saco. Neste local, os órgãos públicos tiveram que realizar medidas emergenciais para conter o recuo da praia que está ameaçando destruir a capela”, conta.

O mapeamento utilizou fotografias aéreas e imagens de satélite, do período de 1971 até 2017. Além de visitas de campo. O estudo aponta que as construções feitas próximas a linha de costa, de forma indevida, também ajudaram na erosão.

 

“Houve solicitação junto ao Ministério Público Federal para que construções fossem demolidas, mas a justiça decidiu que só vai analisar essas solicitações mediante o resultado de perícias judiciais. Também ocorreram sessões plenárias para o plano e minuta do projeto de lei para políticas de gerenciamento costeiro de Sergipe favorecidas pela Coordenação Estadual do Programa de Gerenciamento Costeiro (GERCO )”, explicou.

Além disso, as praias têm estruturas e atividades diferentes, são modificadas por diferentes processos. Diante disso, construções indevidas feitas sem nenhum mapeamento da área, quando ocorre a erosão podem sofrer com diversos problemas que comprometem a estrutura das obras.

João Paulo comenta que o monitoramento costeiro deve ser contínuo, já que “esses cenários de erosão e o crescimento mudam no tempo e no espaço, ou seja, taxas de variação e o comportamento dessas praias podem modificar”.

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