Equipe finalizou a última etapa do estudo, que identificou mais de 60 tipos diferentes de resíduos e apontou a queda na produção de lixo por frequentadores da praia.
Uma pesquisa realizada para determinar a origem do lixo marinho encontrado em Santos, no litoral de São Paulo, apontou uma redução no descarte de resíduos produzidos por banhistas e ambulantes após o fechamento das praias por conta da disseminação do novo coronavírus. Segundo a prefeitura, a última etapa do estudo identificou mais de 60 tipos diferentes de resíduos na orla santista.
Iniciado em março deste ano, o trabalho foi realizado em trecho previamente delimitado, em uma área na areia fofa e outra na areia úmida em Santos. Foram duas coletas com maré baixa e duas com maré alta. A coleta do microlixo foi manual e todo o material, entre bitucas, pedaços de plástico, tampas de garrafas e lacres de refrigerante, foi levado à Secretaria de Meio Ambiente (Semam) de Santos para triagem e análise.
Além do lixo produzido pelos frequentadores, os pesquisadores também identificaram resíduos trazidos à orla por canais, navios e resíduos domésticos produzidos por comunidades que vivem em palafitas e que são levados pelo canal do estuário.
A quarta e última etapa do trabalho foi realizada no dia 23 de maio. Segundo a Semam, mais de 60 tipos diferentes de resíduos foram verificados, além da diminuição de bitucas de cigarro e canudos provenientes de frequentadores, entre moradores, turistas e ambulantes, que representavam mais de 40% dos resíduos da praia.
A Prefeitura de Santos apontou que o estudo permitirá a melhoria de políticas públicas e a otimização da destinação de recursos. Todos os dados das quatro etapas serão inseridos na planilha de monitoramento do Programa Nacional de Combate ao Lixo no Mar, lançado em Santos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 21 de março de 2019.
“Com essa pesquisa detalhada e avançada, conseguiremos trabalhar uma educação ambiental mais eficaz, por uma praia cada vez mais isenta de resíduos, já que conseguiremos demonstrar tecnicamente quem é que gera esse resíduo. À medida que combatemos melhor isso, teremos benefícios à fauna marinha e a quem frequenta a praia”, afirmou o coordenador de políticas ambientais, Marcus Neves Fernandes, da Semam, por meio de nota divulgada pela prefeitura.
A ação é realizada em um convênio firmado entre a Semam, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e a Agência de Proteção Ambiental da Suécia, com participação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).