Rota de turistas e da cana-de-açúcar, PE-60 acumula problemas e acidentes

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Buracos, má conservação, falta de acostamento e de sinalização fazem parte da rotina dos motoristas que trafegam pela PE-60, que dá acesso à Região Metropolitana do Recife e às praias do Litoral Sul. Foi em um trecho dessa rodovia que o carro em que a cantora gospel Amanda Wanessa estava se envolveu em um acidente, no dia 4 de janeiro de 2021.

Logo no início do perímetro da PE-60, na altura da entrada de acesso à Comunidade Quilombola, um trecho em obras deixou uma das faixas da rodovia interditada. No quilômetro três, em frente ao Shopping Costa Dourada, no Cabo de Santo Agostinho, há placas desgastadas pelo tempo e falta de sinalização horizontal, aquela que deve ficar localizada na pista da rodovia.

“A gente tem que se esforçar ao máximo para encontrar um acostamento melhor. Como eu trabalho com veículo pesado, às vezes tem uma falha mecânica e a gente tem que parar”, contou Eronildes Benedito, motorista que costuma trafegar pela PE-60.

Na PE-60, há placas de sinalização desgastadas pela ação do tempo — Foto: Reprodução/TV Globo

Na PE-60, há placas de sinalização desgastadas pela ação do tempo — Foto: Reprodução/TV Globo

Nos 86,6 quilômetros de extensão da estrada, caminhões que fazem o transporte de cana-de-açúcar, por vezes, comprometem a visibilidade dos motoristas, principalmente nos trechos de mão dupla. A ultrapassagem fica comprometida, já que não há sinalização dos trechos autorizados ou proibidos para a ação.

“Nessa questão da ultrapassagem, eu vou mais no tato, naquela visão do motorista sobre a reta, se tem condição de fazer. Torna-se um pouco perigoso porque, com a faixa, a linha seccional ou contínua nos facilita bastante para essa questão da ultrapassagem”, afirmou o analista de redes Edson Oliveira.

No retorno das praias em direção à capital pernambucana, os problemas são parecidos. Falta de marcação no asfalto, pouca sinalização vertical, acostamento inexistente e placas em estado deteriorado de conservação. Em alguns trechos da rodovia, não há espaços para acostamento.

Trecho de mão dupla da PE-60 não possui sinalização no asfalto — Foto: Reprodução/TV Globo

Trecho de mão dupla da PE-60 não possui sinalização no asfalto — Foto: Reprodução/TV Globo

A equipe da TV Globo fez a mesma viagem, do Recife em direção a Tamandaré, no Litoral Sul, pela BR-101, onde foram encontradas melhores condições, como a presença de marcação no asfalto, indicações de trechos com pista sinuosa, placas informativas e acostamento.

A rodovia federal foi duplicada até a cidade de Gameleira, na Zona da Mata de Pernambuco. Após o município, a PE-60 é o caminho para os motoristas que desejam chegar até as praias.

No trecho em que a pista não é duplicada e passa a ser mão dupla, as marcações no chão se apresentam de maneira mais nítida. No entanto, o local é constantemente cenário de graves acidentes de trânsito, como o que ocorreu na altura de Rio Formoso, na Zona da Mata, e deixou feriada a cantora Amanda Wanessa, que estava com a família e uma amiga em carro que colidiu com um caminhão.

Parte da PE-60 não possui área de acostamento  — Foto: Reprodução/TV Globo

Parte da PE-60 não possui área de acostamento — Foto: Reprodução/TV Globo

Resposta

 

Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), informou que a PE-60 faz parte do Programa Caminhos de Pernambuco, criado em 2019 pelo governo do estado, mas a empresa responsável pelos serviços na rodovia permanece em fase de mobilização para início das obras, previstas para janeiro de 2021.

Manutenção do pavimento, capinação, limpeza e desobstrução dos dispositivos de drenagem e melhoria na sinalização foram os serviços previstos pelo DER. De acordo com o departamento, nos últimos dois anos foram realizadas ações de manutenção ao longo de toda a extensão da rodovia.

Ainda segundo o DER, dois estudos estratégicos para a adequação da capacidade da PE-60 estão em fase de elaboração. Um deles é sobre a duplicação de trechos da via e o outro aborda a modelagem para concessão, por meio de um contrato do governo do estado com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

 

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