Crustáceos da espécie Lepas anatifera estavam grudados em um bambu com cerca de 8 metros de comprimento. Além disso, um espécie de verme marinho que causa queimaduras também foi achado no local.
Um bambu com milhares de crustáceos presos encalhou na faixa de areia de uma praia da cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo. A cena curiosa chamou a atenção de moradores que passavam pela região nesta sexta-feira (18). Além disso, um verme marinho que causa queimaduras também foi encontrado no local.
A aparição dos animais marinhos ocorreu pela manhã, e foi notada pelo jornalista Antonio Cassemiro, de 55 anos. Ele iniciou uma transmissão ao vivo assim que avistou o tronco de bambu com o conjunto de crustáceos.
“Eu estava andando e falei: parece um tapete, alguma coisa que não consegui decifrar”, disse na live. “Fui chegando perto e vendo a coisa impressionante que é. São mariscos vivos, estão se movendo”, disse no vídeo. Segundo Cassimiro, o bambu tinha em média cerca de 8 metros e estava infestado de animais.
“Eu fiquei abismado com aquela espécie, me pareceu algo que veio das profundezas do mar. Eu nunca tinha visto algo assim antes. Fiquei maravilhado, realmente, essa é a palavra. A natureza é farta em suas espécies”, disse Cassimiro ao G1.
O biólogo marinho Eric Comin analisou as imagens a pedido do G1 e constatou que os animais são crustáceos e pertencem à espécie Lepas anatifera, também conhecidos como cracas. A espécie é encontrada em grandes quantidades, e os animais ficam fixos em pedaços de madeira flutuante, cascos de navios e outras estruturas.
“Quando tem ressaca, com a corrente marinha, esse objeto é jogado para a praia. É bem comum”, diz. Os crustáceos não apresentam risco aos humanos.
Milhares de crustáceos chamaram a atenção de moradores da região — Foto: Reprodução/Praia Grande Mil Grau
Poliqueta-de-fogo
O jornalista também flagrou outro animal. “Parecia um molusco, um braço de lula”, comentou o morador. Segundo o biólogo marinho, trata-se de uma poliqueta-de-fogo (Hermodice carunculata), um verme que causa queimaduras.
De acordo com Comin, as pequenas cerdas do animal se soltam dele e se prendem à pele da pessoa que o tocar, liberando toxinas que dão a sensação de queimadura. Uma poliqueta-de-fogo, ou verme-de-fogo, pode chegar a 35 centímetros de comprimento.
Após a aparição dos animais, a Guarda Costeira foi acionada por moradores. Segundo a Prefeitura de Praia Grande, a equipe colocou o bambu de volta ao mar, inclusive, tentando prendê-lo à encosta rochosa do morro da Fortaleza de Itaipu, porém, a forte correnteza o trazia de volta. Foi feito contato com o Instituto Biopesca, que recolheu o material para análise da espécie.
A recomendação das equipes, caso alguém se depare com espécies desse tipo, é para que nunca manuseie ou tente retirar do local. O ideal é acionar a Guarda Costeira pelos telefones 199 ou 153.