Países do continente começam a relaxar as medidas de isolamento social e reabrir suas fronteiras. Maioria relaxa trânsito com vizinhos, mas mantém veto a viajantes de outros continentes pelo menos até junho.
À medida que os países europeus começam a diminuir as restrições de confinamento, muitos esperam recuperar as perdas sofridas pelo setor de turismo reabrindo as fronteiras para os países vizinhos. Veja o que alguns estão planejando para a alta temporada de turismo de verão no Hemisfério Norte:
Alemanha
O Ministério do Interior alemão disse no último dia 13 que algumas passagens de fronteira com os vizinhos Áustria, Suíça e França começariam a ser reabertas neste sábado sob condições rigorosamente controladas. O dia 15 de junho ainda permanece marcado como a data para relaxar completamente as fronteiras alemãs para viagens de países da UE.
A Alemanha ainda tem um alerta oficial contra viagens para fora da UE até 14 de junho, e não há informações sobre quando o governo voltará a dar luz verde para viagens internacionais em larga escala.
Pessoas caminham ao ar livre em Berlim, na Alemanha. — Foto: Christian Mang/ Reuters
Áustria
Viena havia indicado o dia 15 de junho como a data oficial para reabrir as fronteiras do país com os vizinhos da UE, mas anunciou nesta terça-feira que duas passagens para a Hungria seriam abertas no dia seguinte devido às dificuldades enfrentadas por indivíduos que vivem de um lado da fronteira, mas trabalham no outro.
A Áustria também abrirá sua fronteira para tráfego da Alemanha nesta sexta-feira, disseram as autoridades. O turismo alpino austríaco depende muito dos visitantes alemães, já que seus resorts de montanha são muito populares entre os vizinhos.
Grandes grupos de pessoas que retornaram à Alemanha vindos de estações de esqui austríacas foram responsáveis pelo primeiro grande foco da pandemia de coronavírus na Alemanha. Viena espera ter acordos semelhantes com a Suíça e seus outros vizinhos do Leste Europeu em breve
As autoridades disseram, no entanto, que algumas checagens aleatórias sanitárias serão realizadas em estrangeiros que entram no país, embora em menor quantidade do que o que vinha sendo feito.
França
A França firmou um acordo com o Reino Unido para permitir a passagem de um país a outro sem a obrigatoriedade de quarentena de 14 dias. A medida é vista como um passo econômico essencial devido ao fluxo de veículos de carga entre os dois países.
Imagem mostra a Fonte do Trocadero, em Paris, na França. — Foto: AP Photo/Jacques Brinon
Além disso, as chegadas na França vindas de países que integram o espaço de fronteira aberta de Schengen, que inclui a Suíça, estarão isentas da quarentena.
A França ainda manterá suas fronteiras praticamente fechadas até 15 de junho, exceto paras pessoas que precisam entrar e sair com frequência por razões de trabalho.
Itália
Embora o país onde o surto começou na Europa tecnicamente nunca tenha ordenado o fechamento de suas fronteiras, as medidas extremas adotadas nos aeroportos para impedir a propagação do vírus e o fechamento de fronteiras ordenados por seus vizinhos praticamente cortaram o país dos destinos de viagens internacionais.
Pessoas andam de bicicleta em uma ciclovia ao longo do rio Tibre no centro de Roma, na Itália. — Foto: Andreas Solaro/AFP
O turismo é um elemento importante da economia italiana. Em circunstâncias normais, é o quinto país mais visitado do mundo. O turismo responde por cerca de 10% do PIB e quase 5% dos empregos no país.
Espanha
Também fortemente dependente do turismo estrangeiro, a Espanha reabriu suas fronteiras, mas impôs um regulamento obrigatório de quarentena de 14 dias para quem chega ao país. A nova regra entrará em vigor na sexta-feira e permanecerá em vigor durante o estado de emergência no país. Atualmente, o estado de emergência é previsto para vigorar até 24 de maio, mas espera-se que seja prorrogado.
Mulher caminha em frente ao Palácio Real de Madri, na Espanha. — Foto: Pierre-Philippe Marcou/AFP
Portugal
As autoridades de turismo de Portugal, outro importante destino turístico, anunciaram que as praias e hotéis do país estarão prontos para receber turistas até meados de junho.
No entanto, ainda há preocupações sobre como verificar se os recém-chegados foram testados para o coronavírus, uma medida que o governo deseja que seja implementada, e como controlar se as regras de distanciamento social são mantidas nas praias.
Um cancelamento completo da temporada turística deste ano pode causar contração da economia portuguesa de até 6%.
Noruega
Embora não seja membro da UE, a Noruega integra o Espaço Econômico Europeu e tem se movido em conjunto com a Europa em vários aspectos da resposta do bloco à pandemia.
Desde o último dia 13, viajantes de países da UE (incluindo o Reino Unido), bem como da Islândia e de Liechtenstein, podem entrar na Noruega para trabalhar ou se tiverem familiares morando no país. A decisão de Oslo está menos relacionada ao turismo e mais focada em permitir que trabalhadores sazonais entrem na Noruega.
Noruega — Foto: Globo Repórter
Polônia
Enquanto outros países revertem seus controles de fronteira, Varsóvia anunciou que seus estritos controles fronteiriços permanecerão em vigor até 12 de junho. No entanto, diplomatas, estrangeiros com residência na Polônia e caminhoneiros profissionais podem passar em postos de controle específicos.
Como muitos Estados-membros da UE, a Polônia não deu uma indicação de quando as viagens internacionais originadas de fora da Europa podem começar a retornar à normalidade.
Croácia
O ministro croata da Saúde, Gari Cappelli, disse em entrevista à emissora estatal HRT que turistas da vizinha Eslovênia poderão cruzar a fronteira nos próximos dias “porque nossas situações epidemiológicas são semelhantes”.
Os turistas alemães, que frequentam muitas ilhas da Croácia no Mar Adriático, poderão visitar a Croácia no mais tardar até 15 de junho, segundo Cappelli.
O governo croata negociou um acordo com a Eslovênia para que turistas eslovenos sejam isentos de uma quarentena obrigatória de 14 dias depois de retornar do exterior, se eles chegarem da Croácia. Cappelli disse esperar que acordos semelhantes sejam firmados brevemente com outros países da UE.
Grécia
Pessoas aproveitam o sol durante a reabertura oficial das praias ao público, após o alívio das medidas contra a propagação do coronavírus em Atenas, na Grécia. — Foto: Costas Baltas / Reuters
A Grécia teve uma das taxas mais baixas de infecção e fatalidades devido à pandemia na Europa, como resultado de um bloqueio precoce e extremamente rigoroso – em alguns casos, os residentes sequer foram autorizados a ir às compras e sendo, em vez disso, supridos com mantimentos.
Assim, o país talvez esteja emergindo mais saudável da crise do que seus vizinhos. No entanto, o governo ainda é cuidadoso em abrir suas fronteiras para que a situação assim se mantenha.